CONSELHO
Considere a aplicação do escore CHA2DS2-VASc a pacientes com um escore CHADS2 de 0 para estratificar
ainda mais o risco desses pacientes.
AÇÕES CRÍTICAS
Uma recomendação sugere que um escore 0 é de baixo risco e pode não requerer anticoagulação, no entanto,
há literatura que sugere que nem todos os pacientes com um escore CHADS2 de 0 têm baixo risco de acidente
vascular cerebral isquêmico.
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Considere o uso da pontuação CHA2DS2-VASc para estratificar ainda mais os pacientes que são identificados
como de baixo risco por seu escore CHADS2.
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Para pacientes que são identificados como moderado (pontuação 1-2) ou alto risco para AVC isquêmico (> 3),
a terapia de anticoagulação deve ser considerada.
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Para aqueles pacientes nos quais a anticoagulação é considerada, escores de risco de sangramento como ATRIA,
HAS-BLED ou HEMORR2HAGES podem ser usados para determinar o risco de hemorragia associada à varfarina.
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Considere cuidadosamente todos os riscos e benefícios antes de iniciar a anticoagulação em pacientes com FA
não valvular.
FÓRMULA
Adição dos pontos selecionados:
Critério |
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Pontos |
Histórico de insuficiência cardíaca congestiva |
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+1 |
Histórico de Hipertensão |
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+1 |
Idade ≥ 75 |
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+1 |
Histórico de Diabetes Mellitus |
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+1 |
Sintomas de AVC ou AIT anteriormente |
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+1 |
AVALIAÇÃO DE EVIDÊNCIAS
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Embora nos estudos iniciais de derivação e validação a pontuação CHADS2 de 0 estivesse associado a um baixo
risco de AVC anual de 1,9 e 0,8% respectivamente, estudos subsequentes descobriram que pacientes com um
escore CHADS2 de 0 podem ter um risco de até 3,2% ao ano de acidente vascular cerebral isquêmico
(Gage 2004).
-
O estudo de derivação, publicado em 2001, foi uma revisão retrospectiva do Registro Nacional de Fibrilação
Atrial envolvendo 1.733 pacientes e 2.121 pacientes-ano
(Gage 2004).
* Ele comparou o desempenho do escore CHADS2 com dois riscos de AVC
previamente estabelecidos (AFI e SPAF III).
* Constatou que o CHADS2 foi o mais preciso na previsão do risco de AVC
futuro, com risco aumentando por um fator de 1,5 para cada ponto
adicional na pontuação de um sujeito.
-
O estudo de validação incluiu 2.580 indivíduos com FA não valvar que iniciaram o uso de aspirina e descobriram que o escore
CHADS2 poderia estratificar os pacientes com sucesso
(Gage 2001).
* Uma pontuação de 0 se traduziu em um risco de AVC anual de 0,8% nesta
coorte, tornando esses pacientes potencialmente adequados para a
anticoagulação oral.
* Pacientes com pontuação de 1-2 apresentaram risco anual de acidente
vascular cerebral de 2,7%.
* Pacientes com uma pontuação de 3 ou mais tiveram um risco de AVC de
5,3% até 18,2% para indivíduos com uma pontuação CHADS2 de 6.
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Um estudo do Registro Nacional de Pacientes da Dinamarca identificou 146.251 pacientes com FA não valvular e descobriu que
47.576 tinham uma pontuação CHADS2 de 0 ou 1
(Olesen 2012).
* 19.444 tiveram um escore CHADS2 de 0 e o escore CHA2DS2-VASc foi
aplicado a esses pacientes.
* Os autores descobriram que em pacientes com uma pontuação CHADS2
de 0, mas uma pontuação CHA2DS2-VASc de 3 (se eles tivessem todos
os três fatores de risco não contabilizados pelo CHADS2), essa coorte
apresentava um risco anual de AVC de 3,2%.
* Em contraste, os pacientes com uma pontuação CHA2DS2-VASc de 0
foram considerados de “risco realmente baixo” com um risco anual de
AVC isquêmico de 0,82%.
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Entre 541 pacientes com FA não valvar (de> 48 horas de duração) que foram submetidos à cardioversão elétrica, 136
tiveram uma pontuação CHADS2 de 0, mas 14 desses pacientes apresentaram trombo atrial na ecocardiografia, sugerindo
que a pontuação não atingiu 10% dos pacientes que teriam um alto risco de acidente vascular cerebral tromboembólico
após a cardioversão
(Yarmohammadi H 2012).
LITERATURA
ORIGINAL/REFERÊNCIA PRIMÁRIA
Gage BF, Waterman AD, Shannon W, Boechler M, Rich MW, Radford MJ. Validation of clinical classification schemes for predicting stroke: results from the National Registry of Atrial Fibrillation. JAMA. 2001 Jun 13;285(22):2864-70.
VALIDAÇÃO
Gage BF, van Walraven C, Pearce L, Hart RG, Koudstaal PJ, Boode BS, Petersen P. Selecting patients with atrial fibrillation for anticoagulation: stroke risk stratification in patients taking aspirin. Circulation. 2004 Oct 19;110(16):2287-92. Epub 2004 Oct 11.
OUTRAS REFERÊNCIAS
Singer DE, Albers GW, Dalen JE, Fang MC, Go AS, Halperin JL, Lip GY, Manning WJ; American College of Chest Physicians. Antithrombotic therapy in atrial fibrillation: American College of Chest Physicians Evidence-Based Clinical Practice Guidelines (8th Edition). Chest. 2008 Jun;133(6 Suppl):546S-592S. doi: 10.1378/chest.08-0678.
Olesen JB, Torp-Pedersen C, Hansen ML, Lip GY. The value of the CHA2DS2-VASc score for refining stroke risk stratification in patients with atrial fibrillation with a CHADS2 score 0-1: a nationwide cohort study. Thromb Haemost. 2012 Jun;107(6):1172-9. doi: 10.1160/TH12-03-0175.
Yarmohammadi H, Varr BC, Puwanant S, Lieber E, Williams SJ, Klostermann T, Jasper SE, Whitman C, Klein AL. Role of CHADS2 score in evaluation of thromboembolic risk and mortality in patients with atrial fibrillation undergoing direct current cardioversion (from the ACUTE Trial Substudy). Am J Cardiol. 2012 Jul 15;110(2):222-6. doi: 10.1016/j.amjcard.2012.03.017.
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