MANEJO
Os protocolos variam de acordo com a instituição, mas a maioria
sugere avaliação completa por um psiquiatra e internação para
pacientes de alto risco (nível 4-5). Pacientes de baixo e moderado
risco devem ser reavaliados por um clínico treinado e podem não
necessitar de internação.
AÇÕES CRÍTICAS
Não deve substituir uma avaliação clínica completa; pode ser
empregado como um rastreador inicial para orientar a avaliação de
risco de suicídio de um clínico e para ajudar a estratificar os
pacientes em categorias de baixo, moderado ou alto risco.
FÓRMULA
Parte 1. Gravidade da ideação (selecione
a mais grave no último mês):
Variável
0. Nenhuma ideação suicida
relatada |
1. Desejo de estar morto |
2. Pensamentos suicidas ativos
não específicos |
3. Ideação suicida ativa com
qualquer método (não plano) sem intenção de agir
|
4. Ideação suicida ativa com
alguma intenção de agir, sem plano específico |
5. Ideação suicida ativa com
plano e intenção específicos |
Parte 2. Comportamento suicida (selecione
o mais grave na vida):
Variável
0. Nenhum comportamento
suicida relatado |
1. Tentativa
real
Ato potencialmente autolesivo cometido com algum
desejo de morrer como resultado; lesão/dano não
é necessário para ser considerado “tentativa”
|
2. Tentativa
interrompida
Se não fosse por interrupção externa, a tentativa
real teria ocorrido
|
3. Tentativa abortada ou
tentativa autointerrompida
Dá passos em direção à tentativa de suicídio, mas
para antes de se envolver em comportamento
autodestrutivo real
|
4. Atos ou comportamento
preparatório
Qualquer coisa além da verbalização ou
pensamento, como montar um método específico
(por exemplo, comprar pílulas ou arma) ou
preparar-se para a morte por suicídio (por
exemplo, doar coisas, escrever uma nota de
suicídio)
|
5. Suicídio*
A morte por suicídio ocorreu
|
*A opção de
suicídio está listada para fins de pesquisa para
pacientes que morreram por suicídio. |
FATOS E NÚMEROS
Interpretação:
Ideação suicida
(mais grave no último mês) |
Risco de
suicídio |
Gestão |
1-2 |
Baixo |
Encaminhamento de
saúde comportamental na alta |
3, ou comportamento
suicida relatado na vida |
Moderado |
Consulta de saúde
comportamental (enfermeira psiquiátrica/assistente
social) e considerar as precauções de segurança do
paciente |
4-5, ou
comportamento suicida relatado nos últimos três
meses |
Alto |
Notificação
imediata de cuidados médicos e/ou de saúde
comportamental e segurança do paciente |
AVALIAÇÃO DE EVIDÊNCIAS
A Columbia Suicide Severity Rating Scale (C-SSRS) foi
originalmente derivada por pesquisadores da Universidade de
Columbia, da Universidade da Pensilvânia e da Universidade de
Pittsburgh (Posner,2011).
Embora a ideação e o comportamento suicidas tenham sido
previamente concebidos unidimensionalmente, com a ideação
passiva progredindo para a intenção ativa e depois para o
comportamento suicida, o C-SSRS tentou separar os dois (ideação
e comportamento) usando quatro construtos: gravidade da ideação,
intensidade da ideação, comportamento e letalidade. Os
construtos foram baseados em fatores identificados em estudos
anteriores considerados preditivos de tentativas de suicídio e
suicídio consumado.
Em um estudo com 3.776 pacientes que tiveram um C-SSRS inicial e
pelo menos um C-SSRS de acompanhamento, a sensibilidade e a
especificidade dos relatórios positivos para identificar
comportamentos suicidas foram de 67% e 76%, respectivamente (Mundt, 2013).
Achados semelhantes foram reproduzidos por outros. Em um estudo
longitudinal de 1.055 adultos internados em um hospital
psiquiátrico, o C-SSRS apresentou excelente consistência interna
(alfa = 0,95), com a pontuação resumida e a pontuação total
revelando classificação adequada para comportamento relacionado
ao suicídio em seis meses (sensibilidade 69%, especificidade
65-67%) (Mandan, 2016).
O C-SSRS tem sido usado em vários ensaios e foi amplamente
validado em várias subpopulações, incluindo crianças de até
cinco anos de idade (Glennon, 2014),
veteranos com transtorno de estresse pós-traumático concomitante
(Legarreta, 2015) e
pacientes ambulatoriais em uma clínica de psiquiatria (Viguera, 2015).
O C-SSRS foi traduzido para uso em mais de 30 idiomas além do
inglês (Gratalup, 2013).
LITERATURA
ORIGINAL/REFERÊNCIA PRIMÁRIA
Posner K, Brown GK, Stanley B, et al. The
Columbia–Suicide Severity Rating Scale: initial
validity and internal consistency findings from
three multisite studies with adolescents and
adults. Am J Psychiatry. 2011;168:1266–1277.
VALIDAÇÃO
Mundt JC, Greist JH, Jefferson JW, Federico M,
Mann JJ, Posner K. Prediction of suicidal
behavior in clinical research by lifetime
suicidal ideation and behavior ascertained by
the electronic Columbia-Suicide Severity Rating
Scale. J Clin Psychiatry. 2013;74(9):887-93.
Glennon J, Purper-ouakil D, Bakker M, et al.
Paediatric European RisperiDONE Studies (PERS):
context, rationale, objectives, strategy, and
challenges. Eur Child Adolesc Psychiatry.
2014;23(12):1149-60.
Legarreta M, Graham J, North L, Bueler CE,
Mcglade E, Yurgelun-todd D. DSM-5 posttraumatic
stress disorder symptoms associated with suicide
behaviors in veterans. Psychol Trauma.
2015;7(3):277-85.
Viguera AC, Milano N, Laurel R, et al. Comparison
of Electronic Screening for Suicidal Risk With
the Patient Health Questionnaire Item 9 and the
Columbia Suicide Severity Rating Scale in an
Outpatient Psychiatric Clinic. Psychosomatics.
2015;56(5):460-9.
Madan A, Frueh BC, Allen J, et a. Psychometric
Re-evaluation of the Columbia-Suicide Severity
Rating Scale: Findings from a Prospective,
Inpatient Cohort of Severely Mentally Ill
Adults. J Clin Psychiatry 2016;77(7):e867-e873.
OUTRAS REFERÊNCIAS
Brent DA, Greenhill L, Compton S, et al. The
Treatment of Adolescent Suicide Attempters study
(TASA): predictors of suicidal events in an open
treatment trial. J Am Acad Child Adolesc
Psychiatry. 2009;48:987–996.
Crosby AE, Han B, Ortega LA, Parks SE, Gfroerer
J. Suicidal thoughts and behaviors among adults
aged ≥18 years--United States, 2008-2009. MMWR
Surveill Summ. 2011;60(13):1-22.
US Food and Drug Administration. Suicidal
Ideation and Behavior: Prospective Assessment of
Occurrence in Clinical Trials. Rockville, MD: US
Department of Health and Human Services; 2012.
Gratalup G, Fernander N, Fuller DS, Posner K.
Translation of the Columbia Suicide Severity
Rating Scale for Use in 33 Countries. ISCTM 9th
Annual Scientific Meeting, Washington DC (2013).
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