AVISO
O uso de biológicos para tratar a Rinossinusite Crônica com Pólipos
Nasais (RSCcPN) e inflamação tipo 2 tem revolucionado o manejo dos
casos mais graves e de difícil controle. Esses medicamentos têm
demonstrado eficácia significativa em pacientes que não obtiveram
alívio completo com as abordagens tradicionais, como cirurgia e
tratamentos tópicos. No entanto, a indicação para o uso de
biológicos deve ser criteriosa, considerando a gravidade da doença,
a presença de comorbidades do tipo 2, e biomarcadores específicos.
Com a aprovação desses tratamentos pela ANVISA e o acúmulo de
experiência clínica, há uma necessidade contínua de atualizar as
diretrizes, adaptando-as às realidades do sistema de saúde
brasileiro, tanto público quanto privado. Os próximos passos
envolvem a aplicação e validação desses critérios em diferentes
contextos clínicos, além da necessidade de pesquisas adicionais que
possam refinar ainda mais a seleção dos pacientes que mais se
beneficiariam dos biológicos. Isso garantirá que o tratamento seja
não apenas eficaz, mas também custo-efetivo e acessível para aqueles
que realmente precisam.
FÓRMULA
A fórmula para determinar a elegibilidade de
pacientes com RSCcPN para o uso de biológicos se baseia em um
sistema de pontuação que avalia múltiplos aspectos da doença.
Esses aspectos incluem a gravidade dos sintomas, a extensão da
doença nasossinusal, a presença de comorbidades do tipo 2, como
asma, e a presença de biomarcadores específicos indicativos de
inflamação tipo 2. Cada variável recebe uma pontuação, e o
somatório final determina se o paciente é indicado para
tratamento com biológicos. Pacientes com pontuação igual ou
superior a um valor determinado são considerados candidatos a
este tipo de tratamento, refletindo a necessidade de uma
intervenção mais agressiva devido à gravidade e refratariedade
da doença.
Fator |
Descrição |
Pontuação |
Sintomas - SNOT-22 |
<20 |
0 |
|
20-50 |
1 |
|
>50 |
2 |
EVA para obstrução/congestão nasal ou rinorreia |
<3 |
0 |
|
3 a 7 |
1 |
|
>7 |
2 |
Teste de Olfato |
Normosmia ou Hiposmia leve |
0 |
|
Hiposmia moderada |
1 |
|
Hiposmia grave ou Anosmia |
2 |
Número de cirurgias prévias |
0 |
0 |
|
1 |
1 |
|
2 |
2 |
|
≥3 ou contraindicação à cirurgia |
3 |
Uso de corticosteroides sistêmicos/ano |
0 |
0 |
|
1 ou 2 |
1 |
|
>2 |
2 |
Extensão dos Pólipos (Nasal Polyp Score - bilateral)
|
0 |
0 |
|
1 a 2 |
1 |
|
3 a 4 |
2 |
|
≥5 |
3 |
Extensão Tomográfica (Lund-Mackay - bilateral) |
0 a 4 |
0 |
|
5 a 8 |
1 |
|
9 a 16 |
2 |
|
>16 |
3 |
Asma |
Não |
0 |
|
Leve |
1 |
|
Moderada/grave |
2 |
Intolerância a AINE |
Não |
0 |
|
Sim |
2 |
Eosinofilia sérica |
<150 |
0 |
|
150-300 |
1 |
|
>300 |
2 |
Eosinofilia tecidual |
<10 |
0 |
|
10 a 43 |
1 |
|
>43 |
2 |
LITERATURA
ORIGINAL/REFERÊNCIA PRIMÁRIA
Inflammatory Profile of Chronic Rhinosinusitis With Nasal Polyp Patients in Brazil: Multicenter Study
OUTRAS REFERÊNCIAS
Diretriz brasileira para o uso dos
biológicos em Rinossinusite Crônica
com Pólipo Nasal - Atualização 2024
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