ADENDO
A pontuação GCS pode ser um indicativo de quão criticamente doente está um paciente.
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Pacientes com trauma que apresentam GCS < 15 merecem atenção e reavaliação.
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Um GCS em declínio é preocupante em qualquer ambiente e deve levar à avaliação das vias aéreas e possível intervenção.
Por outro lado, um GCS de 15 não deve ser considerado como uma indicação de que um paciente (trauma ou médico) não está
gravemente doente. As decisões sobre a agressividade do manejo e dos planos de tratamento devem ser tomadas com base na
apresentação clínica e no contexto e não de forma alguma anuladas pelo escore GCS.
MANEJO
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As decisões de manejo clínico não devem ser baseadas apenas no escore GCS no cenário agudo.
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Se um paciente traumatizado tiver uma ECG ≤8 e houver preocupação clínica de que ele seja incapaz de proteger suas vias aéreas ou que tenha um curso clínico esperado de piora com base em exames ou achados de imagem, a intubação pode ser considerada.
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Em qualquer paciente, uma ECG em declínio rápido ou crescente e decrescente é preocupante e a intubação deve ser considerada no contexto do quadro clínico geral do paciente.
AÇÕES CRÍTICAS
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Embora tenha sido amplamente adotado e em vários contextos, o escore GCS não se destina ao uso quantitativo.
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As decisões de manejo clínico não devem ser baseadas apenas no escore GCS no cenário agudo.
Dos criadores do GCS:
“Nunca recomendamos o uso do GCS sozinho, seja como meio de monitorar o coma ou para avaliar a gravidade do dano cerebral ou prever o resultado”.(Teasdale 2014)
FÓRMULA
O Glasgow Coma Score é calculado pela adição do total de pontos selecionados em cada componente (olho, verbal, motor) abaixo, por exemplo, "15 pontos".
A Escala de Coma de Glasgow é composta pelos componentes individuais, e. "E(4) V(5) M (6)".
FATOS E NÚMEROS
Componente |
Resposta |
Pontos |
Olho
|
Olhos se abrem espontaneamente
Abertura dos olhos ao comando verbal
Abertura dos olhos para a dor
Sem abertura dos olhos
Não testável*
|
+4
+3
+2
+1
NT
|
Verbal
|
Orientada
Confusa
Palavras impróprias
Sons incompreensíveis
Sem resposta verbal
Não testável/intubado*
|
+5
+4
+3
+2
+1
NT
|
Motor
|
Obedece aos comandos
Localiza a dor
Retirada da dor
Flexão à dor
Extensão à dor
Sem resposta motora
Não testável*
|
+6
+5
+4
+3
+2
+1
NT
|
*Os componentes individuais podem não ser testáveis devido a qualquer um dos seguintes (observe que esta não é uma lista abrangente):
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Olho: lesão local e/ou edema.
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Verbal: intubação.
-
Todos (olhos, verbais, motores): sedação, paralisia e ventilação eliminando todas as respostas.
AVALIAÇÃO DE EVIDÊNCIAS
A Escala de Coma de Glasgow Modificada (a escala de 15 pontos que tem sido amplamente adotada, inclusive pela
unidade original em Glasgow, em oposição à Escala GCS original de 14 pontos) foi desenvolvida para ser usada de
maneira repetida no ambiente de internação para avaliar e comunicar mudanças no estado mental e medir a duração do
coma (Teasdale 1974).
A evidência em 53 relatórios publicados sobre a reprodutibilidade da escala foi sintetizada em uma revisão sistemática
por Reith et al. 85% dos achados
em estudos de alta qualidade mostraram confiabilidade substancial conforme julgado pelo critério padrão de uma
estatística kappa (k) acima de 0,6. A reprodutibilidade do GCS Score total também foi alta, com kappa maior que 0,6 em
77% das observações. Educação e treinamento no uso da escala resultaram em um claro efeito benéfico na confiabilidade
(Reith 2016).
Em seu uso mais comum, as três seções da escala geralmente são somadas para fornecer um resumo da gravidade. Os próprios
autores se opuseram explicitamente a que o escore seja usado dessa maneira, e a análise mostrou que pacientes com o mesmo
escore total podem ter grandes variações nos resultados, especificamente mortalidade (o escore GCS de 4 prevê uma taxa de
mortalidade de 48% se calculado 1 +1+2 para olho, verbal e motor, uma mortalidade de 27% se calculada 1+2+1, mas uma mortalidade
de apenas 19% se calculada 2+1+1 (Healey 2014).
Em resumo, a Escala de Coma de Glasgow Modificada fornece um método quase universalmente aceito de avaliação de pacientes com
lesão cerebral aguda. A soma de seus componentes em uma única pontuação geral perde informações e fornece apenas um guia
aproximado da gravidade. Em algumas circunstâncias, como triagem precoce de lesões graves, a avaliação de apenas uma versão
contraída do componente motor da escala, como na Escala Motora Simplificada (SMS), pode realizar tão bem a GCS e é
significativamente menos complicada. No entanto, o SMS pode ser menos informativo em pacientes com lesões menores.
LITERATURA
ORIGINAL/REFERÊNCIA PRIMÁRIA
Teasdale G, Jennett B.Assessment of coma and impaired consciousness. A practical scale. Lancet. 1974 Jul 13;2(7872):81-4.
VALIDAÇÃO
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Reith FC, Van den brande R, Synnot A, Gruen R, Maas AI. The reliability of the Glasgow Coma Scale: a systematic review. Intensive Care Med. 2016;42(1):3-15.
OUTRAS REFERÊNCIAS
Teasdale G, Jennett B. Assessment of coma and severity of brain damage. Anesthesiology. 1978;49:225-226.
Teasdale G, Jennett B, Murray L, Murray G. Glasgow coma scale: to sum or not to sum. Lancet. 1983 Sep 17;2(8351):678.
Healey C, Osler TM, Rogers FB, Healey MA, Glance LG, Kilgo PD, Shackford SR, Meredith JW. Improving the Glasgow Coma Scale score: motor score alone is a better predictor. J Trauma. 2003 Apr;54(4):671-8; discussion 678-80.
Green SM. Cheerio, laddie! Bidding farewell to the Glasgow Coma Scale. Ann Emerg Med. 2011 Nov;58(5):427-30. doi: 10.1016/j.annemergmed.2011.06.009. Epub 2011 Jul 30.
Middleton PM. Practical use of the Glasgow Coma Scale; a comprehensive narrative review of GCS methodology. Australas Emerg Nurs J. 2012 Aug;15(3):170-83. doi: 10.1016/j.aenj.2012.06.002. Epub 2012 Aug 3. Review.
Yeh DD. Glasgow Coma Scale 40 years later: in need of recalibration? JAMA Surg. 2014 Jul;149(7):734. doi: 10.1001/jamasurg.2014.47. No abstract available.
Teasdale G. Forty Years on: Updating the Glasgow Coma Scale. Nursing Times. 2014; 110(42).
Gill M, Windemuth R, Steele R, Green SM. A comparison of the Glasgow Coma Scale score to simplified alternative scores for the prediction of traumatic brain injury outcomes. Ann Emerg Med. 2005 Jan;45(1):37-42.
Haukoos JS, Gill MR, Rabon RE, Gravitz CS, Green SM. Validation of the Simplified Motor Score for the prediction of brain injury outcomes after trauma. Ann Emerg Med. 2007 Jul;50(1):18-24. Epub 2006 Nov 16.
Thompson DO, Hurtado TR, Liao MM, Byyny RL, Gravitz C, Haukoos JS. Validation of the Simplified Motor Score in the out-of-hospital setting for the prediction of outcomes after traumatic brain injury. Ann Emerg Med. 2011 Nov;58(5):417-25. doi: 10.1016/j.annemergmed.2011.05.033. Epub 2011 Jul 30.
Teasdale G, Maas A, Lecky F, Manley G, Stocchetti N, Murray G. The Glasgow Coma Scale at 40 years: standing the test of time. Lancet Neurol. 2014;13(8):844-54.
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